Monday, October 31, 2005
Cara Intensa leveza,
Poesia
Lírica
Rítmica
Métrica
Teus dedos por entre meus cabelos
Arrepio
Trêmula
Um riso besta
O sol
Minhas asas de Ícaro já vão derreter?
Assim tão rápido!
Por quê?
Já se vai?
(Ele abre a porta e nem se despede)
Gargalhadas.
A garrafa de vinho pela metade.
Pra que tantos porquês, como assins, para ondes?
É melhor ser assim leve
É melhor ser assim livre
Ser assim fugaz
A brisa
Agradabilíssima e passageira
Eram assim os momentos
Poéticos
Tanta mais tanta luz
Intensos
Cores, cores, cores todas elas.
E esses seus dedos por entre meus cabelos
Me deixam tonta...
Você sabe o que quer?
Thursday, October 27, 2005
Caro amigo,
As vezes eu queria poder dizer que sinto saudades, que elas surgem assim,
trazidas por uma brisa que adentra a janela entreaberta e eu quero saber de você,
Quero te sorrir, pegar essa saudade e acenar com carinho,
Dizer pros teus olhos que te tenho carinho.
Mas sutil como a brisa, um marejar de olhos alerta. E um calafrio vindo da Lua funciona como lembrete de que o que era se foi, junto com a água que desce pelo ralo de um longo banho quente numa noite de verão.
Wednesday, October 26, 2005
cara meninha,
"Meninha do meu coração
Eu só quero você a três palmos do chão
Meninha, não cresça mais não
Fique pequeninha na minha canção
Senhorinha levada batendo palminha
Fingindo assustada do bicho-papão"
toquinho e vinícius de moraes
PS: parcerias selando amizades...
Saturday, October 22, 2005
caro amigo,
as madrugadas sempre foram propícias para a poesia. E um dia assim tão poético, de tantas descobertas líricas, rítmicas e métricas não poderia sair incólume. E teus dedos entre meus cabelos me toca tão intensamente. E a nuca agora desprevenida cede sem mais - arrepio. E esse jeito de se fazer presente quando distante. E me deixar trêmula, rindo de nervosa e dessa felicidade besta. Pondo em prática a superficialidade do corpo. Assim, fugi para o sol e desci no primeiro raio que apanhei com os cabelos desgrenhados como você os deixou.
Thursday, October 20, 2005
Dear friend,
"All you need is love/ Love is all you need."
Tuesday, October 18, 2005
Carinhoso amigo,
faz o favor de responder. Por que danado tudo que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda?
Saturday, October 15, 2005
"uma mulher não deve vacilar"
Luiz Melodia
Caro Amigo,
ou qualquer outra besteira.
Fitar por exemplo uma estrela
por muito tempo, muito tempo
e dar um suspiro fundo
ou qualquer outra besteira.
Drummond
Wednesday, October 12, 2005
Caro amor antigo,
talvez na verdade quem não esteja pronta pra você seja eu e assim arranje pequenas fugas, foras, desculpas... Talvez nem seja um problema... Talvez nem precise fazer nada para resolver. E isso tudo pode ser aquele tipo de felicidade serena que já lhe falei certa vez. É, nesses últimos tempos, tenho sentido uma felicidade que não transborda, que não tem sorrisos eternos estampados no rosto, felicidade que se encontra muito mais no olhar do que no resto do corpo. Felicidade que não se propaga, não doma meu ser. Uma felicidade assim que às vezes nem se sabe feliz. Deve ser a felicidade serena que só fui notar agora em plena primavera. Talvez eu nem queira outro tipo de felicidade por ora. Talvez eu tenha me escondido esse tempo todo só pra ter certeza que os receios e a nossa mágica ficaram de verdade para trás. Talvez por isso tenho desenvolvidos bloqueios e pequenos falsos envolvimentos, só pra me distrair. Talvez eu não queira mais nem isso. Talvez seja hora de superficilidades ou de grandes envolvimentos. Enquanto não se definem os traços vou dançando sozinha e muito bem se é que isso lhe interessa... Não quero mais conversas ou reflexões sobre o que houve e o que se perdeu. Desconfio seriamente que até o que eu pensava ter sido forte tenha sido apenas um sentimentozinho ou até mesmo um certo comodismo ou carência. Eu sei que isso não deve ser agradável para você, minha intenção não é machucá-lo. Muito tempo se passou de lá para cá. Acho que meu jeito de ver as coisas mudou de verdade. Não sei ainda se isso é bom ou ruim, tô no meio do caminho ainda deixa findar pra eu decidir. Eu sei, eu sei... você não gosta desse meu novo jeito de estar e não estar, de rondar divesos cenários e não me deixar enquadrar em nenhuma trama. É que para espetáculos minha posição sempre foi de espectadora. Você sempre soube que minha única arte é a escrita o resto não me pertence. Como então você me queria atriz? A sinceridade sempre foi forte demais em mim para que eu pudesse fingir ser essa outra que um dia você (nós?) fantasiou. Ao menos tentamos viver aquela história que inventamos, mas a inquietude de minha alma é grande demais para apenas uma fantasia. Sou mesmo mais independente, nem sei se a palavra é essa... talvez seja apenas mais fria ou menos amante. Não sei... o sentimento existiu pode ter sido só um sopro que me alimentou todo esse tempo e foi tão bom. Não estranhe a carta mandada só agora depois de meses mas é que sabia que cada um precisava de seu tempo andando por novos rumos pra sabermos o que fomos. E de qualquer forma sempre achei que devia mais explicações do que "vou buscar novos ares, novos vôos" ditos assim brevemente e sem nenhum pudor daquele dia. Deixei muitas dúvidas eu sei... Os seus telefonemas propositadamente mudos me dizem isso e tenho ensaiado esta carta desde então tentando te levar algumas das minhas respostas, você deve ter as suas. Talvez não tenha nem havido um rompimento e nosos caminhos se cruzem por aí em qualquer esquina pegos desprevenidos. Não tente me entender, nem procure tantas explicações vivemos o que havia para ser vivido e o espetáculo não pára quando novos personagens entram em cena e alguns outros morrem ou vão fazer longas viagens. s luzes continuam acesas, não há que se procurar nada nas cochias. Meu camarim estará sempre trancadoa sete chaves porque os meus segredos não revelo a ninguém. Talvez não tenha dado certo por essa sua mania de tudo querer saber e essa minha sina em vetar a entrada em alguns espaços de minha alma. Bom, tenho que ir a vida já me chama. Não se preocupe comigo, meu bem. Não precisa responder esta carta. Nem precisa me procurar, acho que agora também te sentes livre e pronto pra alçar teus vôos. Sei o quanto pesam coisas mal resolvidas nessa sua alma já tão presa ao chão. Vou indo querido levando sempre seu cheiro na alma e colhendo outros beijos por aí.
Com carinho,
Brisa
PS: aí vai aquele poema de Bandeira. você sabe bem qual.
Arte de Amar
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar a satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Monday, October 10, 2005
Caro amigo pequeno-comentário,
eu sentirei saudade de duas coisas nestes meus últimos dias: do amor que não vivo e da felicidade triste que acontece na ânsia do amor que viverei. De resto, apenar o sorriso de Cecília e o você-anda-muito-abusado de Rodolfo. Nada mais...
Monday, October 03, 2005
Cara história não vivida,
Gostaria de dizer que estou de saco cheio de você. Porque pior que um texto que não sai, o que se passa entre nós não vai além do que as palavras te disseram. Porque do começo pro fim precisa de meio, até num piscar de olho, tem olho fechado no meio, cumprindo seu papel de trama, de desenvolvimento, de enredo.
Você, sua maldita história não vivida, me extirpou o meio, tirou de mim no seco, sem nenhuma xilocaína. Assim você se fez, do capitulo dois para o final. E, se está achando isso bonito, fique sob aviso, você tem muito que ler. Olhe pra você, nem pra fazer um final feliz você foi capaz. Qualquer finalzinho mais ou menos daria um ar de tudo bem, não é difícil de criar.
Mas, deixe estar, que história não vivida não é clássico, não vai pra estante, nem tem gosto de saudade. História não vivida é que nem mediocridade. Não tem lembrança de fim de tarde, de por do sol, de cafuné de domingo, de sorvete de casquinho. História não vivida é que nem vontade besta que dá, e passa.
Deixe estar que de você eu me liberto, fique sabendo: entre inicio e fim, não cabe saudade do que não foi. Se quiser eu até escrevo, mesmo insistindo, você nem é nada. Pode ir tirando as mãos dos ombros de quem passa, se enxergue. E, não adianta ficar a porta, que eu não deixo você entrar, nem pedinte você é minha querida.
Por favor, dê licença, tem enredo querendo sambar, olho querendo piscar, gente querendo entrar.
