Sunday, November 27, 2005

 

Caro amigo,

Bem que me faria bem escrever, contar sobre tudo que se passa,
e são muitas coisas, tantas coisas que nem cabem em mim.
Tenho chorado nesses últimos dias, sentido saudade, saudades que não cessarão nesse plano.
No entanto, caro amigo, é de caros amigos que se faz a vida
Saber, estar, sentir, olhar, sorrir, chorar é de que os amigos se fazem.
Sei que querias poder ajudar, contudo, ajudas e nem sabes.
Em outro momento, quando a maré estiver mais branda, falo-te calmamente, como quem vê o pôr do sol sentado na areia da praia com as ondas baixas, bem baixinhas.
Por hoje, um pouco de Maria Bethânia para quem precisa.
"
Eu quero quer sempre aquilo com quem eu simpatizo,
e eu torno-me sempre, mais cedo ou mais tarde aquilo com quem eu simpatizo.
E eu simpatizo com tudo.
São-me simpáticos os homens superiores porque são superiores,
e são-me simáticos os homens inferiores porque são superiores tanto,
porque ser inferior é diferente de ser superior,
e isso é uma superioridade a certos momentos de visão.
Eu simpatizo com alguns homens pelas suas qualidades de caráter
com outros eu simpatizo pela falta dessas mesmas qualidades
e com outros ainda eu simpatizo por simpatizar com eles
porque eu sou rei, absoluto na minha simpatia
basta que ela exista para que eu tenha razão de ser!

Chorei, não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim, não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava
Um homem de moral não fica no chão
Nem quer que mulher
Venha lhe dar a mão
Reconhece a queda e não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima
"

Wednesday, November 16, 2005

 
é que eu ando com uma necessidade assim quase que ontológica de um porre de vinho.
Necessariamente de vinho, tinto pra ser precisa. Necessariamente sob essa lua abençoando e fingindo que não vê (num quase perdoar) tudo o que se faz nessas partes da terra. Necessariamente em frente ao mar. Necessariamente ao vento, relento. Os necessariamentes são muitos....

É que deve haver algo de transcendetal nessa minha relação com aquela lua. Ela me põe louca, assim cheia. E fico à flor da pele. Lua por lua à flor da pele.

É que esse vazio sabe-se lá de que me deixam assim. E tu tô quase carente... E aquelas cores na parede que explodem em minha vista. Não tem como não me pôr em prantos. O afeto é fogo e o modo do fogo é quente.

è que não tem mesmo lógica isso não, nem é pra ter. E eu tô quase bêbada, ou melhor, do jeito arcaico e que eu gosot mais bêbeda. ébria. Enebriada seria a palavra adequada. E eu nem tomei meu gole de vinho...

E eu nem vi o mar... E aquela sequidão e dureza da outra cidade me deixaram ávida, grávida de mar!

E nada disso é pra fazer sentido ou é linguagens internas não... è tudo saído espontaneamente escrito. O corpo libertando almas, o corpo reencantando almas, o corpo requentando almas. O modo é quente. o jeito é vermelho. o andar é pimenta. o sabor é paixão.

E essa ausência. e aquela nossa carência, carícias?

e é assim que ando apaixonada pelo nada e é a ele apenas a ele que meus sorrisos discretos e escondidos (quase q de canto de boca) se dirigem. Essa coisa imaterial que me preenche, me enche!, me toma e me deixa assim ausente. Ausente até de mim...

um beijo só pra você

Monday, November 14, 2005

 

Cara breguisse,


Como a senhorita é bem vinda quando se trata de sentimentalidades. Você se faz bela quando se fala no dialeto do amor. E o amor, aiai, como ele é brega n? É a letra daquela música, é aquele chaveiro engraçado, é a cartinha, o cartãozinho, os nomes gravados no caule da árvore, são corações rabiscados em guardanapos depois do vinho.


Meu coração pulou, você chegou, me deixou assim
Com os pés fora do chão

Pensei: que bom, parece, enfim acordei

Prá renovar meu ser faltava mesmo chegar você

Assim, sem me avisar, prá acelerar um coração

Que já bate pouco de tanto procurar por outro

Anda cansado, mas quando você está do lado
Fica louco de satisfação, soli..dão nunca mais
Você caiu do céu, um anjo lindo que apareceu

Com olhos de cristal me enfeitiçou, eu nunca vi nada igual

De repente você surgiu na minha frente

Luz cintilante, estrela em forma de gente

Invasora do planeta amor, você me conquistou
Me olha, me toca, me faz sentir
Que é hora, agora, da gente ir...

Tuesday, November 08, 2005

 

Caro amigo,

sinto muito, mas eu preciso sair, preciso ir, preciso ser feliz. Sinto muito, mas você já não me basta, você me arrasta, você me afasta de mim. Sinto muito, mas ninguém merece amar e não ser amado e eu, inteiramente, amo você mais do que eu deveria, mais do que se concebem as medidas dos amores silenciosos e tristes. Sinto muito, mas eu preciso me despedir. Adeus.

Wednesday, November 02, 2005

 

"caro amigo",

Ando livremente
Os caminhos traçados
Nas entrelinhas do texto
Personagens menos "eus"
Criando seus próprios destinos
O texto fluindo das mãos
O texto fugindo das mãos
Com a vida, arbitrária
Com a escrita, libertária (?)
Menos poetisa
Um pouco mais prosaica
Um pouco menos delicada
Ainda com meus vícios de peso e medida
De pisar a terra ou deixar voar
Abrigando simpáticos transeuntes
Nesse balançar de corda bamba
Dançar
Menos medo
Menos rigor
Uns outros tipos de sentimentos pra expor
Quebrando todos os pequenos compartimentos
A indefinição pode ser bela
A tela um pouco mais esbranquiçada
Disposta a novas cores
Desafios
A pena mais leve
O pisar mais leve
"Sem ruído, já é tarde..."
Uma forte suavidade
O corpo reencantando almas
Dança parindo poesia
Libertando - a dança
Acalentando
E acolhendo até as coisa inteiras que não surgem exatamente de mim...

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