Tuesday, August 02, 2005
Caro amigo Galego,
Às vezes eu sinto vontade de te dizer certas coisas. Mas não sei se ficarias à vontade. Coisas bobas, mesmo, coisas pequenas. Acho que nossa amizade tem certas tensões durante o silêncio. Não sei de ti, acho que tu não compartilhas comigo esse sentimento, mas é como se sempre houvesse coisas a serem ditas nas pausas, nos entre-olhares. Algumas dessas coisas não precisam ser ditas, não com palavras. Tu me compreendes rápido demais, eu te compreendo rápido demais. Outras dessas coisas ficam sufocadas em minha garganta dando reviravoltas na expansão de minha'lma vermelha. E é nesse sufoco silencioso e latente que por você tenho os mais bonitos sentimentos. É nele que nossa amizade é mais pura e completa. É nele e na tensão do silêncio entre as palavras e as coisas não ditas que percebo o quanto me faz bem e me orgulha estar ao seu lado nestes dias de Agosto-de-toda-a-vida. Ah, eu te amo, meu amigo.