Thursday, July 14, 2005
Car@s amig@s militantes,
Pois vocês querem saber? Estou escrevendo com os culhões. É que a escrita pode surgir de muitos lugares do corpo-alma. Há palavras que só saem dos pulmões, outras nos pegam de jeito vindas dos olhos. Há também aquelas dos ossos, da língua, do sexo, das pontas dos dedos. Há claro, as palavras do coração, mas essas são as mais tolas numa manhã azul de Julho. E eu hoje escrevo com os culhões porque estou puto-da-vida. Eu não sei se entenderam, mas eu não vim ao mundo à bruncadeira: eu vim para incomodar. E é bem verdade que cumpro bem minhas funções. Eu não sou a paz, não sou o bem, nem pretendo sê-los. Irrita-me o sistema, irrita-me a direita, irrita-me o discuro pacifista que tem medo de se afirmar para não magoar seu ninguém. E eu não tenho paciência para a covardia. Se és militante, que lute! Eu não mando cartas ao senhor diretor, não sou correspondende da ONU, não sou diplomata, não escrevo relatórios ao Estado. Eu tenho família, endereço, CEP, três blogs e uma política que nunca vai se confortar em minha presença. Com os culhões, pareço ser gente demais para esse mundo. Mas eu quero é que haja gente sendo gente demais para esse mundo! Eu amo insuportavelmente, eu amo imaculadamente, eu amo pecadoramente, eu amo simplesmente. Eu amo um homem. Eu sou um homem, se é que vocês querem saber.