Thursday, July 28, 2005

 

Caro amigo,

Eu estaria, mas nem estarei mais,
É que a gente se conhece tanto e tão pouco,
É que você mostrou um e depois, outro.
É caro amigo,
Um por inteiro, outro nem no meio.
Partiu, deixou a sombra, foi-se, sem dar tchau, nem ficou nada seu, nem o cheiro.
Mas ela, a sombra, ficou, sorrindo todos os dias.
E eu, um quinto do que era, fiquei com uma sombra, uma sombra do que não sabia.
É caro amigo,
um ponteiro, ponteiro das horas, só mostra os inteiros.
Um relógio, com esse só ponteiro,
não é todo, só inteiro.
O tic-tac o tempo todo do ligeiro é que faz completar as badaladas do inteiro,
Esse eu não tinha, só o inteiro.
Você que era um, depois outro, depois só o desterro,
também não foi, hora nenhuma, um ponteiro inteiro.
Imagine só, o tracinho do segundo, passando por cima do ensejo.
E nesse momento, um momento inteiro.
Caro amigo,
um beijo.


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