Saturday, July 09, 2005
Cara amiga Preguicinha de Ser Feliz,
Pois o que é que me dá, eu não sei. Um desatino, um desconforto de qualquer atmosfera, uma revelação. Sei que não passa e me peersegue e me alivia e me descansa dentro de mim e na janela do ônibus a encarar a estrada desnuda e carregada de mim. Mas não é essa a maldição: é você. Entra maleducada, entra sem pedir licença, dizer bom dia, saudar o povo. E entra porque é de entrar. Mas não é solene: arrasta-se pela pele interna de todos os sentimentos que recebo. E chega a ser uma dor a incompreensão. E é uma dor a incompreensão. E pare dores e contrapartos espirituais a incompreensão. É que aquela boca, os pelos daqueles braços, a barriga em pequenos mistérios, aqueles olhos de meudeus, aquele jeito de me dizer que estou aqui, vivo, impávido - carapaça frágil de meudeus - aquilo me mata e me mata e me mata. Ressucitar é parte da estrada e assim, assim em plenitude de desejo e platonismo, assim serei de verdade, assim serei eu de verdade, assim jamais serei feliz.