Saturday, May 07, 2005

 

Caro amigo,

Sempre fui um homem ocupado. Ainda quando era um menino, fui um homem ocupado. Quando adolescente e descobria meu meninos-e-meninas de cada dia, fui um homem ocupado. Na universidade, no teatro, no movimento: nunca deixei de ser um homem ocupado. Hoje me desocupo. Desocupo-me do desejo de ir ao lugar que nunca fui. Desocupo-me da ronda de minha boca à espera da dele. Desocupo-me de muitas, muitas ilusões. Não tenho tempo. Mas persigo insistentemente em minha jornada. Mas não uma jornada de um herói, de um vilão. Não uma jornada de um rei, de um feiticeiro. Não uma jornada de um corajoso, de um feliz. Uma jornada de um homem sempre ocupado. Sempre muito ocupado. Nunca ocupado de mim.
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